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Segunda onda de Covid-19 tem letalidade menor que a primeira


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Com a segunda onda da Covid-19 estabelecida no Brasil, a quantidade de novas infecções notificadas na última semana foi a quinta maior desde o início da pandemia. Entre 29 de novembro e 5 de dezembro, o Ministério da Saúde registrou 286,9 mil casos – o número ficou atrás apenas do período correspondente aos 28 dias entre 19 de junho e 15 de agosto, o auge da epidemia no país até o momento.

O índice de pessoas morrendo por causa da doença também está subindo, mas não com a mesma velocidade. A última semana computou 4.067 óbitos em decorrência da Covid-19, a 22ª semana mais letal desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil. As informações são do Ministério da Saúde e foram analisadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

Usada para medir a proporção entre a quantidade de mortes e o total de doentes, a taxa de letalidade nas quatro semanas que representaram o auge da pandemia, em termos de infecções notificadas, foi de 2,3% em média. Isso significa que dois em cada 100 casos terminavam em óbito. Na última semana, esse índice despencou para 1,4%.

A queda de 0,7 ponto percentual pode parecer pequena à primeira vista, mas, em um universo de 100 mil novos contaminados pela Covid-19, representa 600 óbitos a menos por semana. O gráfico a seguir mostra a taxa de letalidade por semana epidemiológica desde a primeira morte registrada no Brasil.

O médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Leonardo Weissmann faz o alerta de que não é porque a letalidade está caindo que menos pessoas estão morrendo. De fato, nas duas últimas semanas, a quantidade absoluta de óbitos cresceu.

A explicação para a queda na taxa de letalidade – a proporção entre mortos e contaminados pela doença – está, de acordo com Weissmann, na curva de aprendizagem de toda a comunidade científica desde o início da pandemia até agora. “Pode-se destacar o manejo da doença por parte dos profissionais de saúde. Isso tem ajudado muito”, frisou.

Além disso, há um perfil diferente de pessoas que estão desenvolvendo a enfermidade nesta segunda onda. “Muitos dos pacientes infectados agora são jovens e, pelo que a gente vem observando em relação a fator de risco, esse grupo etário tem menos chances de evoluir para formas graves da doença, desde que não exista nenhuma comorbidade”, apontou.

Mesmo com a diminuição da letalidade, o especialista ressalta que ainda é importante “manter o distanciamento social, evitar aglomerações e usar a máscara corretamente, além de higienizar as mãos”. E salienta: “A gente não sabe quando as vacinas estarão disponíveis”.

Metropoles

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